sexta-feira, junho 26, 2009

Sessão solene

Sim, a morte do Michael Jackson é de suma importância para a vida de todos os brasileiros. Reparei que no Jornal Nacional de hoje, dos quatro blocos, três foram dedicados a morte do cantor norte-americano. Nossos senadores devem ter gostado, uma semana com assunto novo. Sugiro sessão solene em homengem ao cantor.

Dois pesos...

Olha só que interessante, o Chaves resolve fechar uma emissora de TV e por aqui temos páginas dos jornais e revistas dedicadas ao tema, censura, ditadura etc. Na Colômbia, o presidente faz o mesmo e o máximo que vi foi uma notícia de meia coluna. Por que esse tratamento diferenciado?

Será?

Winston Churchil ex-primeiro ministro britânico falou que "tem-se dito que a democracia é a pior forma de governo, salvo todas as demais formas que têm sido experimentadas de tempos em tempos."

Se considerarmos que ele mesmo fazia parte da elite política e intelectual da Grã-Bretanha, a de se desconfiar de tal frase que frequentemente é usada pelos democratas. Se considerarmos que Churchil viveu seu auge em plena segunda guerra e faleceu no auge da guerra fria, chegamos a conclusão que a frase está desatualizada.

Talvez a democracia seja a melhor forma de governo, mas, que democracia? A democracia em que a população participe ativamente sobre os seus destinos, possa cobrar e mudar os rumos tomados pelo governo, essa é a melhor forma. Mas tentar dizer que isso que vivemos é uma democracia e que é a melhor forma de governo é tentar enganar quem raciocina.

Isso não se refere só ao legislativo ou executivo, mas também, no mesmo nível ao judiciário. Essa divisão de poderes e regalias não defendem o interesse do povo e sim aos interesses das próprias instituições e quem faz parte dela. O judidicário então é o mais curioso, ninguém se mete com ele, pois tem o poder de julgar e acabar com a sua vida, te mandar para a prisão. Olha só que interessante, legisla em causa própria quando necessário.

Passado é passado

Essa o Lula podia ter nos poupado. Defender o presidente do Senado e toda a sujeira que está rolando é um pouco demais. Sei que a essa altura o rabo dele está preso com o pessoal de lá, mas dizer que o importante é consertar as coisas para evitar erros futuros, e esquecer os erros do passado cheira o discurso do final da ditadura, que ele tanto combateu. A tal da anistia ampla, geral e irrestrita nada mais é do que isso. O que passou, passou. Se pessoas foram torturadas, mortas, injustiçadas, dos dois lados, não importa. O importante é não fazermos mais isso. Torturadores e assassinos, dos dois lados, ficam isentos.

O que Lula apregoa é justamente isso. Se roubaram, faltaram com a ética, meterem a mão no dinheiro público, isso é passado. O importante é, a partir de agora, não fazerem mais. Interessante explicar essa teoria para os milhares que morreram doentes por não ter hospitais públicos por perto, ou mesmo hospitais decentes, ou de fome por não ter alimentos, ou de frio, por não terem casa. Enquanto isso, a família Sarney e de não sei mais quantos parlamentares bebem nas tetas do Congresso, com dinheiro dado pela população. Há muito se esqueceram de que estão lá para representar os interesses dos cidadãos, e não seus próprios interesses.

Se o sistema fosse justo, a população teria mecanismos de colocar essa camarilha para fora a hora que bem entendesse, e não somente de quatro em quatro anos. Mas o sistema é feito para perpetuar os poderosos, aqueles que estão lá desde que Cabral desembarcou por essas terras.